Manoel do Socorro P Sousa
A
sociedade brasileira, motivada por um sentimento costumeiramente temporário, promovido
pela mídia sensacionalista e por políticos demagogos, está preste a tomar mais
uma daquelas decisões paliativas que pouco ou nada mudarão a cenário social, no
caso a criminalidade. O que a sociedade e muito menos os políticos os quais nós
elegemos não veem é que, a solução não é reduzir a maioridade penal, e sim a
mudança completa em todo sistema de segurança pública que apresenta, nos dias
de hoje, características medievais.
Existem
diversos fatores que saltam aos nossos olhos que fundamentam o problema. Um
deles é que a desigualdade social é um dos problemas que agrava a violência
entre os jovens. A redução da maioridade penal
não resolverá o problema da
violência que assola nosso país. De certo modo, será mais uma forma de
agravante social, pois a grande maioria dos delinquente são jovens negros e
pardos das comunidades carentes e das periferias. No Brasil , a violência está
profundamente ligada a desigualdade social, impunidade, falhas na edução
familiar, desestruturação da família, deterioração dos valores éticos, morais,
etc. Portanto, a criminalidade envolvendo jovem é a consequência desses fatores
e não a causa.
Os que
são a favor da redução da maioridade dizem que não aguentam mais a sensação de
impunidade, contudo o nosso país é um dos mais irresponsáveis com a sua
juventude. O nosso país é o que mais
mata adolescente, é o que apresenta os piores índices de analfabetismo de
jovens, é o que apresenta uma das maiores taxas de mortalidade infantil. Afinal
de contas, com todo esse quadro negativo, quem é que sofre mesmo com a
impunidade? Se o Estado não pode proporcionar uma boa educação, qualidade de
vida, saúde, moradia e emprego, então a melhor solução é esconder esse jovens
em presídios superlotados para transformarem-se em verdadeiros criminosos?
O Estado
não pode usar a sociedade civil como massa de manobra para esconder atras dos
muros de uma penitenciária a sua incompetência. Destarte, cabe ao Estado
proporcionar o bem estar de seus cidadãos através de leis que garantam uma
justiça completa à sociedade, do
contrário este Estado estará promovendo somente paliativos inúteis.
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